A inflação levou 58% dos brasileiros a reduzir a quantidade de alimentos que costumavam comprar, segundo dados divulgados pela pesquisa Datafolha. 

Entre os mais pobres, o percentual sobe para 67%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Segundo o levantamento, entre as principais mudanças estão sair menos para comer fora de casa (61%), troca da marca de café por uma mais barata (50%), redução do consumo de luz, água e gás (50%), diminuição do consumo de bebida (49%) e a compra de menos remédios (36%).

Além das mudanças de consumo, a pesquisa questionou quais foram as medidas adotadas pela população para economizar. A mais comum foi diminuir o consumo de água, luz e gás –metade dos brasileiros diz ter seguido esse caminho.

Um quarto da população diz ter menos comida do que o suficiente em casa. Para 6 em cada 10 dos entrevistados, a quantidade é suficiente. Outros 13% dizem ser mais do que o necessário. Não houve alterações em relação à última pesquisa, em março de 2023.

O Datafolha ouviu 3.054 pessoas de 16 anos ou mais em 172 municípios entre os dias 1º e 3 de abril. Para 54%, a administração do presidente Lula tem “muita responsabilidade” pela alta de preço dos alimentos nos últimos meses. 

Já 29% atribuem “um pouco de culpa” ao atual governo, enquanto apenas 14% afirmam que o presidente “não tem nenhuma responsabilidade”.

Segundo o IBGE, a inflação foi de 5,48% nos acumulado de 12 meses até março. No mês, a alta foi de 0,56%, puxada por alimentação e bebidas. 

Contribuíram para o resultado as altas do tomate (22,55%), do ovo de galinha (13,13%) e do café moído (8,14%). Em 12 meses, a inflação desses itens foi de 0,13%, 19,52% e 77,78%.