A Prefeitura de Juazeiro pagou uma indenização trabalhista de quase R$ 130 mil a ex-prefeita Suzana Ramos (PSDB) já nos últimos dias do seu mandato, após, nas eleições municipais de 2024, disputar a reeleição e ser derrotada pelo atual gestor, Andrei Gonçalves (MDB). A cidade do norte baiano enfrenta uma crise financeira grave por conta de dívidas da gestão anterior e chegou a cancelar os festejos de carnaval deste ano.
Nos últimos dias se espalhou nas redes sociais informações e documentos de rescisões trabalhistas pagas para a ex-prefeita e servidores mais próximos. O gasto total teria chegado a cerca de R$ 700 mil.
Após a repercussão, Suzana Ramos, primeira mulher eleita prefeita de Juazeiro, afirmou, por meio de nota, que a denúncia se trata de “fake news”. Ainda, sua assessoria afirmou que não houve qualquer pagamento e que os documentos vazados eram apenas cálculos.
Diante da nota da ex-gestora, o site juazeirense Preto no Branco fez um pedido de divulgação de informações à prefeitura, com base na Lei de Acesso à Informação – LAI e a administração municipal confirmou que os pagamentos indenizatórios.
Um especialista em administração pública da região, que preferiu não se identificar, afirmou que os pagamentos são ilegais.
“O Ministério Público deve anular esse ato de liquidação, porque é ilegal. O chefe do Poder Executivo não pode beneficiar apenas um grupo. Ele teria que fazer um decreto para pagar todos os comissionados”, disse ao portal Metrópoles.
Enquanto Suzana Ramos e aliados próximos receberam quantias altas em suas contas, profissionais da saúde terminaram o ano sem décimo-terceiro, servidores da educação não receberam o abono de férias, empregados terceirizados da pasta não receberam o salário de dezembro e Unidades Básicas de Saúde (UBS) tiveram baixa nas equipes.
No início de janeiro, o atual prefeito, Andrei Gonçalves (MDB), decretou estado de calamidade financeira por 30 dias e cancelou os festejos de carnaval. Além disso também também estão proibidos para os servidores a realização de horas extras de trabalho, diárias de viagens, hospedagens e gastos com transporte intermunicipal.
A Prefeitura de Juazeiro afirmu, em nota, que “repudia qualquer ato que viole os Princípios básicos da Administração Pública, presentes no artigo 37 da Constituição Federal de 1988. No entanto, o julgamento sobre a legalidade do ato, em específico, cabe aos órgãos de controle e à Justiça. Diante disso, a questão será remetida ao Tribunal de Contas dos Municípios para análise da legalidade e legitimidade dos pagamentos efetuados”.
O BNews procurou Suzana Ramos (PSDB), mas não obteve retorno até o fechameno da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
